segunda-feira, 30 de abril de 2018

Controversa, obra da Bola do Mindu está virando ruínas no bairro Parque 10

Controversa, obra da Bola do Mindu está virando ruínas no bairro Parque 10


Manutenção da rotatória inaugurada há cinco anos é feita apenas no jardim, e pela boa vontade de empresários. Chafariz não funciona e a "piscina" só tem lodo e poças de água parada.

Foto: Winnetou Almeida

Uma das obras mais polêmicas dos últimos anos, a Bola do Mindu só não está totalmente abandonada graças à manutenção feita por uma empresa de material de construção. Mesmo assim, a rotatória localizada no bairro Parque 10 apresenta sinais de abandono e risco de proliferação de insetos transmissores de doenças.
Até 2012 o local era ocupado por pequenos estabelecimentos comerciais. O projeto da prefeitura era transformar a área em um espaço turístico, tendo como principal atração um monumento que pudesse refletir a imagem de um arco-íris.
Entretanto, o projeto se perdeu na execução e o que seria para atrair admiração acabou provocando gozação. Motivo: aqueles que não têm conhecimento do ocorrido continuam sem entender a razão de um grande tubo de aço se sobrepondo a uma piscina cheia de chafarizes.
A piscina artificial onde fica o complexo de chafarizes (que já não funcionam) hoje só tem água das chuvas e muito lodo, um cenário perfeito para a proliferação de insetos.
Procurada, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) informou que a prefeitura fez um acordo com os comerciantes e empresários do bairro da Zona Centro-Sul, que ficaram responsáveis pela manutenção e limpeza da rotatória, com apoio do poder público. Na prática, a manutenção é feita, mas somente ao redor da piscina, onde fica o jardim.

Água cortada
Consultado sobre o assunto, Cristian Passos, 33, gerente operacional de uma rede de lojas de material de construção que fica no entorno da rotatória, a Constrói, disse não saber de nenhuma parceria formalizada para a manutenção.
Segundo ele, a decisão da empresa em manter a praça limpa era para não tirar a visibilidade dos condutores de veículos e, automaticamente, ofuscar a fachada das lojas. “A praça ficou uns seis meses sem manutenção. O mato cresceu e a água da piscina virou lodo. Foi quando a gente se propôs a ajudar”, concluiu Cristian Passos.

“Além do jardim, a gente cuidava da piscina e dos chafarizes, mas o pessoal do Implurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano) veio aqui e proibiu”, revelou o gerente.
A reportagem do Portal consultou a assessoria de comunicação do Implurb sobre a afirmação do gerente, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.

Planejamento frustrado
A obra até hoje deixa muitas dúvidas em relação ao seu significado e utilidade. A execução do projeto não saiu como planejada. A ideia era que jatos d’água atingissem o monumento de aço e, com iluminação especial, formassem uma cortina parecendo um arco-íris. Os jatos d’água não atingiram o nível desejado e a estrutura de aço ficou sem função.

R$ 1,4 milhão
Foi o valor da obra, segundo informado à época pela Prefeitura de Manaus, valor oriundo de medida compensatória de empresas privadas. Já o custo de desapropriações dos comércios ficou em R$ 1,8 milhão.

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