Comprometido, ‘Garajão’ será fechado a partir de segunda-feira (30) para
reforma
Prédio será desativado para reforma e não há data para a entrega da
obra. Avaliado em R$ 6,5 milhões, o imóvel foi construído no fim de década de
80 e ocupa uma área total de 13 mil metros quadrados
Construído entre 1987 e 1988, o prédio foi doado à Manausprev em 2007. Foto: Euzivaldo Queiroz |
Mais de 30 anos após a inauguração, o edifício Jorge Teixeira, mais
conhecido “Garajão”, será desativado para sua primeira reforma. O relatório
técnico da empresa ORV Engenharia aponta que o prédio possui corrosão de
armaduras e decorrente degradação de concreto em estágio intermediário que pode
provocar acidentes e perda de funcionalidades. Com isso, a Manaus Previdência
(Manausprev), responsável pela administração e quem contratou a empresa de
engenharia, optou pela desativação quase imediata.
A partir do próximo dia 30, o primeiro edifício garagem vertical do
Centro de Manaus voltará a ficar vazio e ainda não tem data prevista de
retorno. Avaliado em R$ 6,5 milhões, o imóvel foi construído no fim de década
de 80 e ocupa uma área total de 13 mil metros quadrados.
A Manausprev informou que a desativação é necessária para evitar que
haja danos maiores à estrutura do prédio. Segundo informou o órgão, assim irá
“garantir, com ações preventivas, a integridade física e patrimonial dos
usuários e servidores em atividade no local”.
Segundo o relatório da ORV, um dos motivos para que a estrutura
esteja danificada além do tempo, é a “ausência de manutenção preventiva através
de inspeções rotineiras”.
Segundo publicação do Diário Oficial do Município (DOM), a ORV
Engenharia foi a empresa contratada por meio de licitação, por R$ 20,3 mil,
para a elaboração do projeto estrutural, incluindo o relatório técnico que
determinou a interdição do prédio.
Para quem há quatro anos trabalha no prédio, a reforma chega em boa
hora. “É uma necessidade que vimos de perto e que vai fazer a diferença no
serviço”, afirma o caixa do estacionamento Adailton Palheta, que agora irá
trabalhar na sede da Manausprev. Segundo ele, atualmente, de 10 andares,
somente cinco estavam sendo utilizados.
Uma média de 150 carros passa pelo estacionamento diariamente, segundo
Adailton Palheta. “Dependendo do período, circulam mais de 500 carros aqui e
acredito que essa reforma vem justamente para garantir que haja segurança para
todos nós”, disse o servidor.
270
É o número de vagas que oferece o edifício-garagem localizado na rua
Floriano Peixoto, no Centro de Manaus. Uma das áreas que mais sofrem com a
necessidade do estacionamento.
Usuários
preocupados
O Garajão é ocupado, em sua maioria, por veículos de comerciantes
que trabalham e precisam passar o dia naquela região. Com diária a R$ 15, a
utilização do espaço ajuda na rotatividade das vagas de estacionamento nas ruas
do Centro de Manaus.
Esse é o motivo que faz com que os usuários se preocupem com o início e
execução dos trabalhos. Morador da rua Floriano Peixoto, onde está o Garajão,
Vanderlei Silva, 40 anos, é um deles. “Nós não queremos a garagem passe anos
fechada de novo. Nosso medo é que seja mais uma obra que siga o exemplo de
tantas outras aqui no Centro”, afirma.
Há 20 anos Antônio Silva, 50, trabalha como lavador de carros na
redondeza e lava, inclusive, veículos no estacionamento. Segundo ele, desde que
foi anunciada a desativação, a vizinhança busca de opções de
estacionamento privativo. Entre as ruas Floriano Peixoto, Mudurucus, Quintino
Boicaiúva, Andradas, Leovegildo Côelho, as opções são poucas e a maioria não
dispõe de vagas para clientes fixos.
“Por aqui todos os espaços já estão ocupados. O fechamento vai
prejudicar bastante o nosso trabalho por um tempo, mas o que nós queremos saber
é quando e se retorna como estacionamento depois dessas obras”, diz o lavador
de carros.
Há quatro usuários que têm seis vagas compradas no Garajão. Segundo
Arona Hamiki, um dos proprietário de vagas, eles não foram comunicados ainda.
“Não nos informaram nada do que está acontecendo ou do que vão fazer e nós
temos o direito, tanto quanto os outros, de saber”, afirma o comerciante.
Questionada sobre os prazos, a Manaus Previdência (Manausprev) informou
que ainda não há data prevista para o início do trabalho. “O processo
administrativo para este fim está em trâmite”, informou a assessoria de
imprensa do órgão. Segundo a Manausprev, a interdição precisou ser “quase
imediata” devido às condições em que se encontra o prédio e para evitar mais
problemas na estrutura (ver página C1). Todos os usuários com vagas compradas
serão comunicados, segundo informou Manausprev.
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