Cassação de mandato do ex-governador José Melo pelo TSE completa um ano
Há um ano o
TSE deflagrou o processo que levou ao afastamento do ex-governador José Melo e
do ex-vice Henrique Oliveira
Ex-governador José Melo e a mulher dele Edilene Oliveira foram soltos no dia 27 de abril. (Foto: Winnetou Almeida: 4/jan/2018) |
Completa
nesta sexta-feira (04) um que Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou
os mandatos do ex-governador do Amazonas, José Melo, e do vice, Henrique
Oliveira, ambos
filiados ao Partido Republicano da Ordem Social (PROS). Melo se tornou o
primeiro governador cassado da história do Amazonas por compra de votos na
eleição de 2014.
Em
janeiro de 2016, o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) cassou os
mandatos de Melo e Henrique por cinco votos a favor e um contra. Melo recorreu
ao TSE que julgou o recurso por 5 votos pela condenação e 2 pela absolvição no
dia 4 de maio do ano passado. A Corte Eleitoral também determinou a realização
de novas eleições para Executivo estadual que culminou no retorno de Amazonino
Mendes (PDT) ao comando do Estado.
A
defesa de Melo ingressou com embargos de declaração no próprio TSE, mas o ato
não susta os efeitos da decisão da corte superior, que determinou o afastamento
imediato.
No
julgamento, votaram pela cassação os ministros do TSE Luís Roberto Barroso,
Edson Fachin, Herman Benjamin, Admar Gonzaga e Rosa Weber. Pela absolvição
votaram o relator do caso, Napoleão Nunes Maia Filho e Luciana Lóssio.
A
maioria dos ministros entendeu que houve compra de votos por uma assessora de
confiança do governador, Nair Blair, flagrada dentro do comitê de campanha, com
R$ 7.700, além de recibos e planilha que mostravam a destinação de dinheiro
para eleitores. A empresa dela recebeu R$ 1 milhão do governo do Estado.
Na
análise do caso, apesar de reconhecerem a compra de votos, Maia Filho e Lóssio
entenderam que não ficou comprovada a anuência e consentimento do governador
com os atos. Também levaram em conta depoimentos de eleitores que negaram ter
vendido votos
Réus
Já sem
mandato, em dezembro do ano passado, Melo foi preso na operação Custo Político,
desdobramento da Maus Caminhos, que apurou o desvio de cerca de R$ 110
milhões da Saúde do Amazonas. Em 04 de janeiro deste ano, a ex-primeira dama Edilene Oliveira foi presa e Melo, que estava
preso temporariamente, teve a sua
prisão convertida para preventiva.
Os dois
foram soltos e passaram a ser monitorados por tornozeleira eletrônica no dia 27
de abril. As medidas cautelares alternativas também foram aplicadas nos dias
seguintes aos cinco ex-secretários da gestão Melo que foram presos durante
a investigação do esquema.
Derrotado
A ação
de cassação do governador e do vice no TRE-AM foi proposta pela coligação
adversária "Renovação e Experiência", que tinha como candidato o
atual senador Eduardo Braga (PMDB), derrotado no segundo turno do pleito de
2014 e na eleição suplementar.
Mesmo
após cassados, em 2016, Melo e Oliveira permaneceram nos cargos por decisão do
próprio Tribunal Regional Eleitoral. Em março, o TRE negou o recurso da
Coligação "Renovação e Experiência" que pedia a posse imediata de
Eduardo Braga como governador e de Rebecca Garcia como vice.
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