Controversa,
obra da Bola do Mindu está virando ruínas no bairro Parque 10
Manutenção da rotatória inaugurada há cinco anos é feita apenas no jardim, e pela boa vontade de empresários. Chafariz não funciona e a "piscina" só tem lodo e poças de água parada.
Foto: Winnetou Almeida |
Uma
das obras mais polêmicas dos últimos anos, a Bola do Mindu só não está
totalmente abandonada graças à manutenção feita por uma empresa de material de
construção. Mesmo assim, a rotatória localizada no bairro Parque 10 apresenta
sinais de abandono e risco de proliferação de insetos transmissores de doenças.
Até
2012 o local era ocupado por pequenos estabelecimentos comerciais. O projeto da
prefeitura era transformar a área em um espaço turístico, tendo como
principal atração um monumento que pudesse refletir a imagem de um arco-íris.
Entretanto,
o projeto se perdeu na execução e o que seria para atrair admiração acabou
provocando gozação. Motivo: aqueles que não têm conhecimento do ocorrido
continuam sem entender a razão de um grande tubo de aço se sobrepondo a uma
piscina cheia de chafarizes.
A
piscina artificial onde fica o complexo de chafarizes (que já não funcionam)
hoje só tem água das chuvas e muito lodo, um cenário perfeito para a
proliferação de insetos.
Procurada,
a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) informou que a prefeitura fez
um acordo com os comerciantes e empresários do bairro da Zona Centro-Sul, que
ficaram responsáveis pela manutenção e limpeza da rotatória, com apoio do poder
público. Na prática, a manutenção é feita, mas somente ao redor da piscina,
onde fica o jardim.
Água cortada
Consultado
sobre o assunto, Cristian Passos, 33, gerente operacional de uma rede de lojas
de material de construção que fica no entorno da rotatória, a Constrói, disse
não saber de nenhuma parceria formalizada para a manutenção.
Segundo
ele, a decisão da empresa em manter a praça limpa era para não tirar a
visibilidade dos condutores de veículos e, automaticamente, ofuscar a fachada
das lojas. “A praça ficou uns seis meses sem manutenção. O mato cresceu e a
água da piscina virou lodo. Foi quando a gente se propôs a ajudar”, concluiu
Cristian Passos.
“Além
do jardim, a gente cuidava da piscina e dos chafarizes, mas o pessoal do
Implurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano) veio aqui e proibiu”,
revelou o gerente.
A
reportagem do Portal consultou a assessoria de comunicação do Implurb
sobre a afirmação do gerente, mas até o fechamento desta edição não obteve
resposta.
Planejamento frustrado
A obra
até hoje deixa muitas dúvidas em relação ao seu significado e utilidade. A
execução do projeto não saiu como planejada. A ideia era que jatos d’água
atingissem o monumento de aço e, com iluminação especial, formassem uma cortina
parecendo um arco-íris. Os jatos d’água não atingiram o nível desejado e a
estrutura de aço ficou sem função.
R$ 1,4 milhão
Foi o
valor da obra, segundo informado à época pela Prefeitura de Manaus, valor
oriundo de medida compensatória de empresas privadas. Já o custo de
desapropriações dos comércios ficou em R$ 1,8 milhão.